domingo, 19 de julho de 2009

XVII – A TRAVESSIA



A hora havia chegado, finalmente passaríamos por aquele portal. Um misto de medo e vitória tomou conta de mim; o nosso semblante demonstrava grande preocupação. Cerrado, dando um passo em direção ao portal, avisou:

- Eu vou primeiro! - e sem dar tempo de alguém protestar, atravessou o portal gritando: até breve meus amigos!

Vimos o nosso companheiro desaparecer e o nosso sentimento era um só: medo. Logo em seguida, Constantino também desapareceu naquela imensidão de luzes. Eleanora engoliu em seco, prendeu os cabelos e se aproximando de mim disse:

- Eu te amo, Montezuma. Fique com essa minha lembrança, caso não nos vejamos mais.
Deu-me um beijo apaixonado. Senti meu corpo tremer e pedi que o tempo parasse naquele instante. A atitude apaixonada de Eleanora pegou-me de surpresa, eu não podia imaginar que ela estaria me amando; no mesmo instante, ela se virou para o portal e parecendo entrar por uma cachoeira de luzes, também desapareceu. Senti o coração bater mais forte e percebi que o amor de Eleanora havia me transmitido um força incrível para seguir o caminho do desconhecido.

Esperei por alguns segundos e, como num filme, imaginei as mudanças que minha vida sofreria após atravessar aquele portal. Avancei e de repente tive uma sensação de vazio, meus pés não tinham chão; comecei a girar numa velocidade inacreditável como se estivesse num redemoinho, minha pele parecia se desprender da carne e uma dor insuportável tomou conta de todo meu corpo até que houve uma explosão e a dor cessou.

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