segunda-feira, 27 de julho de 2009

XIX - MAGNÍFICOS GIGANTES




Da mata fechada que cercava nosso pequeno paraíso, surgiu uma manada de imponentes elefantes. À frente dela, vinha um grande mamífero, o maior de todos, que parecia liderar o grupo. Aproximando-se de nós, abaixaram-se à nossa frente, e não sei como, sentimos que nos diziam para montá-los.

- Será que querem que façamos o que estou pensando? - procurei a confirmação de Cerrado.

- Acredito que sim. Vamos, acho que vão nos levar para algum lugar - confirmou Cerrado.

Montamos aqueles dóceis e magníficos animais e saímos, como uma caravana de indianos. Aceitando o convite, iniciamos a caminhada por um mundo cheio de surpresas. Iríamos conhecer coisas jamais vistas pelo homem: o inimaginável. Não sabíamos para onde estávamos indo, porém, tínhamos a certeza de que alguém, ou algo, nos esperava.

A montaria de Eleanora se aproximou da minha e ela disse-me em um doce tom de voz:

- Estou feliz por estarmos juntos de novo, Montezuma.

- Eu também, Eleanora. Aquele beijo ainda queima em meus lábios. Eu também te amo.

De tempos em tempos, durante a caminhada, nos alimentávamos das energias das mais diversas e saborosas frutas. Era uma maneira diferente de se alimentar, porém, não menos saborosa.

Bastava-nos observar e desejar e nossas necessidades eram supridas.

À noite, acampamos em uma clareira onde tiramos boas horas de sono até o raiar do dia.

A manhã surgiu com esplendor, com aves voando, cantando e fazendo ciranda no céu. Quase ao pé da mata, corria um límpido córrego onde tomamos banho e brincamos feito crianças. Eu e Eleanora estávamos enamorados, divertiamos com os peixes coloridos que passavam sob nossas pernas. Ali, trocamos muitos beijos apaixonados e fizemos amor como se fosse a primeira vez de cada um de nós.

Voltamos pra junto dos nossos companheiros que caminhavam no centro de nosso acampamento. Constantino observava os animais, se encantava com os pássaros e com as flores. Era incrível como conservava a elegância, mesmo estando, ainda, usando a roupa suja e esfolada por obstáculos no trajeto de nossa viagem. Fiquei olhando para aquela simpática figura por alguns instantes. Foi nesse momento que algo muito estranho aconteceu: o elefante que parecia ser o líder da manada se aproximou de Constantino colocando-se à sua frente. Constantino passou a gesticular e pronunciar alguma coisa. Chamei a atenção de Cerrado:

- Cerrado, acho que está acontecendo alguma coisa...

- Tem razão, é mesmo estranho... - concordou.

O velho parecia olhar nos olhos do elefante e continuava a gesticular como se estivesse ao meio de uma animada conversa. O mais incrível é que parecia que o elefante, de quando em quando, assentia com a cabeça. Por fim, o elefante virou-se e saiu levando consigo, a sua manada.

- É amigo, não duvido mais de nada... está parecendo que o elefante estava dizendo para o Constantino que ia embora... o velho está vindo prá cá, vamos esperar e ouvir o que ele tem a nos dizer. - disse Cerrado.

- Mas, não vamos perguntar nada pra ele, tá? - disse eu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário